Uma comunidade viva, ativa e empenhada em construir o melhor para a aldeia.
Todas as pessoas que integram esta comunidade tem uma coisa em comum: o amor a esta aldeia. Assim, para além de quem vive aqui, a comunidade enche-se de todos aqueles que tem a Ferraria de São João no seu coração e a ajudam a menter-se viva.
A aldeia de Ferraria de São João já contou com mais de 400 habitantes. Famílias numerosas que trabalhavam o campo e criavam os seus animais para subreviver. Mas as condições eram díficeis e os jovens foram deixando a aldeia em busca de empregos e vidas diferentes. A integração desta aldeia na rede de aldeias do Xisto trouxe um interesse crescente e atualmente a aldeia parece estar a ganhar nova vida, muitas casas foram recuperadas e ocupadas. Atualmente a aldeia tem em permanência 41 habitantes distribuidos em 12 famílias. Destes 41 habitantes, 7 são crianças. Durante os meses de verão a população quase duplica com a chegada das pessoas que têm casa de férias na aldeia. Assim a comunidade da Ferraria de São João é constituída pelos habitantes permanentes e por aqueles que vem ao fim de semana e férias, mas também, dela também fazem parte, todos aqueles que aqui nasceram e que vivem noutros lugares.
Apesar de viver na aldeia, a maioria das pessoas em idade ativa trabalha fora, nas mais diversas atividades. Os habitantes que estão reformados encontram nas atividades agricolas e pecuárias o seu refúgio e a sua terapia e mantém vivas as tradições de outrora. Quem conhece a arte de fazer pão e queijo partilha-a, através da dinamização de workshops. Os visitantes conhecem assim estes saberes e sabores da aldeia.
Após os incêndios de 2017, a comunidade desta aldeia uniu-se para criar a ZPA (zona de proteção da aldeia). Esta zona corresponde a uma faixa de 100 metros em redor da aldeia onde foram retirados todos os eucaliptos e plantadas outras árvores autóctones (fruteiras, carvalhos e sobreiros) que manifestam maior resiliência ao fogo. A criação da ZPA foi a resposta imediata desta comunidade a um problema nacional e que neste momento está a ser implementado em várias outras aldeias.
Existem vários búzios na aldeia, em várias famílias. O búzio passa de geração em geração.
O búzio funcionava como sinal de alarme, para quando havia qualquer coisa de estranho na aldeia. Um fogo, uma pessoa doente, um desastre... O pessoal da aldeia já sabia que alguma coisa se estava a passar. Juntavam-se, iam saber o que era e acudiam todos para tentar resolver.