Vivem no Montijo. Vêm cá de vez em quando. Conheceram a Ferraria através de um conhecido, do Montijo, que recomendou esta aldeia do xisto. O senhor queria um bocadinho de terra para trabalhar, como quando era mais novo, é transmontano, para desfrutar da reforma aqui. Recuperaram a casa.
Ele: está bem é agarrado à enxada. Cultiva … agora tem árvores de fruto. Couves, feijão,... mas só vindo de vez em quando não dá. Gosta de ervas: para chás (cideira, lúcia-lima, hortelã), para a alimentação: oregãos, tomilho. Levam para a família toda. “Somos amigos de todos [na aldeia] porque todos são agradáveis e simpáticos connosco e nós só temos que retribuir. É muito fácil.”
Então prometi à minha neta que não vendia isto, só quando fosse ela a dizer que já não queria vir para cá.
Têm filhos gémeos nascidos em Lourenço Marques. Gostam de vir cá. A neta é que vem mais com eles. Nos últimos tempos, por falta de saúde do marido, falaram em vender a casa. A neta transformou-se, que não podia ser. “Então prometi à minha neta que não vendia isto [a casa], só quando fosse ela a dizer que já não queria vir para cá.”
Ela: anda à volta das panelas, das limpezas. Trazia sempre pessoas para cá e fazia muitas refeições. Caminho por aí e vou conversando com as senhoras daqui.
O que falta. Para nós a Ferraria tem tudo o que precisamos. Está bom.
Os fogos preocuparam-na mas não estavam cá e teve sempre a esperança que não ia acontecer nada a ninguém aqui na Ferraria. Tiveram sempre informados pelos moradores.
Histórias/ episódio genuino: “gosto muito das características das pessoas que moram cá e revejo na terra do meu pai, fez-me lembrar esse tempo.”