Nascido e criado na Ferraria. 5 anos em Lourenço Marques.
Em pequenos e na mocidade: andavam à armar às costelas aos pássaros, aos ninhos e a jogar ao “fito” [o jogo da malha] mas com os botões das camisas e das calças. quanto mais botões, mais ganhavam. Depois a mãe dava por falta dos botões. ao pião, a jogar à porca russa, na eira grande um buraco grande e cada um tinha um buraco, jogava-se com a pinha ou com uma sepa de vitolho, que era mais rija. Nos carvalhos apanhávamos “carunchas” [carochas] com cornos compridos, faziamos um carrinho de cortiça e corcodia de pinheiro e elas andavam.
Serrar da velha: de noite a fazer barulho com chocalhos e com latas velhas e uma serra, para serrar a velha, de porta a porta. No meio da quaresma. Malta da idade dele, dos 8 aos 11 anos, o Manel e o irmão Chico, o Américo.
Tocar o buzino: na altura do Carnaval.
Partir o burro: cada qual tinha uma alcunhas
pai: Zé Mendes Godinho, dava-se uma correia para atar o focinho.
o Zé Sapateiro: Zé das Viburrilhas, dá-se o pipefo do burro para contentar as filhas.
Nomes de família: Ingrácia, Simões Lopes, ...todos se davam bem, é quase tudo família. A mulher Isilda andaram juntos na escola. Depois de vir de África, começaram a namorar. Casaram tiveram filhos. Deteve para Lisboa. Da casa velhas fez uma nova.
Rega: partilhas de água 1 ou 2 dias, tantas horas, … de dia, à noite não há disto. Quando morreu o pai, partilhou as horas de água com as irmãs: 1,5h para ele, 3h para a irmã.
O que faz falta/ futuro: andar e dar-se bem uns com os outros e com os que vêm de fora. “Que venha gente boa!”
Conta uma anedota:
Vai Deus a passar e dá com um homem a trabalhar as terras ao domingo e diz-lhe:
- “olha vai para casa que hoje não é dia de andar a lavrar com as vacas.”
- Ai não vou não!
- “Se tu não fores para casa eu mato-te uma vaca.”
- Não faz mal. Eu compro outra.
- “E eu mato-te a outra.”
- Não faz mal. Eu compro outra.
- “Então vou-te pôr um mau vizinho à porta”.
- Ai isso é que não, então vou embora para casa!
E não trabalhou mais nesse dia.
A Isilda diz um provérbio popular: Quem tem mau vizinho tem uma semana pelo domingo.
Festas: Mordomos. Vão rodando. Agora aqui ninguém faz festas.
E no fim molham a guela com um favaiozito.